(Manuscrito 1)
Aceito tudo quanto a meu respeito consta dos autos, essencialmente a tudo quanto se refere aos actos que pratiquei com vista a obtenção da Independência de Angola.
A este respeito apenas tenho a acrescentar que pretendi e pretendo a Independência total, imediata e incondicional de Angola.
Neste momento em que o povo de Angola se vem batendo e morrendo pela sua libertação, resta congratular-me com a perfeita identificação e a vontade patente de todos os meus compatriotas.
Pode pois este tribunal deliberar como entender sobre a minha pessoa, sendo certo porem que os meus actos foram de carácter pacífico e legitimados pelo direito natural e internacional.
(Manuscrito 2)
Ouviu Vossa Excelência a leitura da minha contestação e apenas quero acrescentar que Portugal não perderá em ceder Angola aos angolanos, porquanto saberemos ser gratos e terá em cada um de nos um amigo sincero e leal.
Peço transmitir ao Governo-geral, a fim de levar ao conhecimento do Governo Central o meu desejo de uma reunião a mesa redonda para se decidir da proclamação da Independência de Angola.